A série Construtores do Brasil traz a biografia de 25 personalidades que
tiveram papel predominante na formação política, histórica e geográfica do
País.
Há personagens conhecidos e outros nem
tanto, a começar pelo índio Ajuricaba, chefe da tribo dos Manaus, no rio
Amazonas, que no século XVIII lutou contra a ocupação portuguesa. Ou Plácido de
Castro, gaúcho que liderou seringueiros no Norte do País e, com isso, foi um
dos principais responsáveis pela anexação ao Brasil do atual estado do Acre.
Ajuricaba não é o único líder indígena na
série. Tibiriçá, um dos fundadores de São Paulo, e Filipe Camarão, herói da
luta contra os holandeses, também são homenageados.
Os heróis de lutas contra dominadores ou
colonizadores têm papel de destaque. Além de Ajuricaba, Plácido de Castro e
Filipe Camarão, são biografados Zumbi dos Palmares, Tiradentes, Anita
Garibaldi, Frei Caneca, Henrique Dias e Maria Quitéria, além de políticos,
militares e estadistas como o barão do Rio Branco, o almirante Tamandaré, o
duque de Caxias, Bento Gonçalves, José Bonifácio de Andrade e Silva, Luís
Carlos Prestes e o bandeirante Raposo Tavares.
O bandeirante é um dos representantes dos
personagens que ajudaram o Brasil a ter a formação geográfica atual - um dos
critérios de escolha dos homenageados. Padre Manuel da Nóbrega e o navegador
Pedro Álvares Cabral também entram nessa categoria.
Quatro ex-presidentes da República
(Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek),
um imperador (Dom Pedro I) e uma regente (a princesa Isabel) são os dirigentes
do País que constam da lista.
Nos dez anos da Guerra dos
Farrapos (1835-1845) contra o Império, Bento Gonçalves foi o estrategista
militar e presidente da República de Piratini, fundada pelos revoltosos. Apesar
de aceitar o cargo, nunca foi entusiasta do separatismo do Rio Grande do Sul.
Nasceu em Triunfo (RS), em
23 de setembro de 1788, e morreu em 18 de julho de 1847, na cidade de Pedras
Brancas (RS).
02-Plácido de Castro
Gaúcho radicado no Acre,
liderou os seringueiros que, com trabalho e sangue, incorporaram aquele torrão
ao território brasileiro. Sua ação de defesa abriu a frente diplomática com que
o Brasil negociou o Tratado de Petrópolis com a Bolívia em 1902.
Nasceu em São Gabriel
(RS), no dia 9 de dezembro de 1873, e morreu em 9 de agosto de 1908, em Benfica
(AC).
03-Floriano Peixoto
Filho de lavradores,
passou de soldado raso a Marechal do Exército. Exerceu a Presidência defendendo
os interesses nacionais e o povo brasileiro. Seu maior feito foi derrotar as
tentativas de restauração da Monarquia, e assim consolidou a República.
Nasceu em Ipioca (AL), no
dia 30 de abril de 1839, e morreu em 29 de junho de 1895, na cidade de Barra
Mansa (RJ).
04-Frei Caneca
Padre carmelita,
intelectual e guerreiro, foi um liberal republicano. Participou da Revolução
Pernambucana de 1817 e chefiou a Confederação do Equador em 1824. Condenado ao
patíbulo, teve de ser fuzilado porque nenhum carrasco aceitou enforcá-lo.
Nasceu no Recife (PE), no
ano de 1779, e morreu na mesma cidade, em 13 de janeiro de 1825.
05-Tiradentes
Líder da Conjuração
Mineira de 1789, o alferes Joaquim José da Silva Xavier passou à história como
um precursor idealista e ousado da Independência do Brasil. A Coroa portuguesa
mandou executá-lo e esquartejá-lo, além de amaldiçoar seus descendentes.
Nasceu em São José Del-Rei
(hoje cidade de Tiradentes), em Minas Gerais, no ano de 1746, e morreu em 21 de
abril de 1792, no Rio de Janeiro (RJ).
06-Filipe Camarão
Índio potiguar, chamado
Poti em sua tribo. Convertido ao cristianismo, recebeu o nome de Antônio Filipe
pelos jesuítas que o educaram, numa homenagem a Filipe IV, rei da Espanha.
Chefiou tropas na luta contra os invasores holandeses. Guerreou de Pernambuco à
Paraíba e na primeira Batalha de Guararapes (1648), recebendo o título de dom.
Nasceu por volta de 1600,
na Capitania do Rio Grande (atualmente, Rio Grande do Norte), e morreu em 1648,
no Recife (PE).
07-José Bonifácio de Andrada e Silva
Cientista e homem de
letras, foi o maior estadista brasileiro. Organizou um projeto nacional que
incluía a libertação nacional, a abolição da escravatura, a reforma agrária e a
integração dos índios. Arquitetou a fundação e a consolidação do Império do
Brasil.
Nasceu em Santos (SP), no
dia 13 de julho de 1763, e morreu no dia 6 de abril de 1838, em Niterói (RJ).
08-Princesa Isabel
Na primeira vez em que
assumiu a Regência do Império, em virtude de viagem de seu pai, o Imperador
Pedro II, sancionou a Lei do Ventre Livre. Na terceira, assinou a Lei Áurea,
aprovada no Parlamento para decretar a inevitável abolição da escravatura.
Nasceu no Rio de Janeiro
(RJ), em 29 de julho de 1846, e morreu em 14 de novembro de 1921, na Normandia
(França).
09-Raposo Tavares
Bandeirante polêmico,
combateu os holandeses no Nordeste e conquistou territórios espanhóis no Sul.
Num feito épico, a sua Bandeira de Limites, em 1647, percorreu 10 mil km de São
Paulo ao Pará e definiu as linhas de fronteira do Brasil.
Nasceu em Beja de S.
Miguel (Portugal), em 1598, e morreu em 1658, na cidade de São Paulo (SP).
10-Ajuricaba
Príncipe dos manaus, tribo
do Amazonas, tornou-se símbolo da insubmissão dos índios à opressão colonial.
Nunca aceitou a ocupação portuguesa e liderou ataques guerrilheiros aos
traficantes de escravos. Capturado, atirou-se no rio e cobriu-se de lendas.
Viveu no Século XVIII.
Nasceu no estado do Amazonas e morreu no Pará.
11-D. Pedro I
Era o mais brasileiro dos
integrantes da Família Real que se mudou para o Brasil em 1808. Conduzido por
José Bonifácio de Andrada e Silva, o jovem e impetuoso príncipe português
fundou o Império do Brasil com a célebre frase "Independência ou
Morte".
Nasceu em 12 de outubro de
1798, na cidade de Queluz (Portugal), e morreu em 24 de setembro de 1834, na
mesma cidade.
12-Pe. Manoel de Nóbrega
Homem de Estado sob o
hábito de catequista, mudou o rumo da colonização no litoral e em 1554 fundou
São Paulo no sertão. "Não há acontecimento importante na História do
Brasil daquela época a que não esteja ligado o seu nome", disse o escritor
Stefan Zweig.
Nasceu na província de
Entre-Douro-e-Minho (Portugal), em 18 de outubro de 1517, e morreu em 18 de
outubro de 1570, no Rio de Janeiro (RJ).
13-Zumbi dos Palmares
Zumbi é símbolo da penosa
e brava luta dos negros contra a escravidão. Como uma espécie de rei do
Quilombo de Palmares, incentivou a fuga dos escravos e enfrentou várias
expedições de extermínio até retirar-se para a guerrilha. Traído, foi morto
numa emboscada.
Zumbi nasceu em uma das
aldeias do então Quilombo de Palmares, entre Pernambuco e Alagoas,
provavelmente em 1655, e foi morto na atual Serra dos Dois Irmãos, em Viçosa
(AL), em 20 de novembro de 1695.
14-Tibiriça
Na cripta da Catedral da
Sé de São Paulo, ao lado de personalidades como o regente Feijó e o inventor
Bartolomeu de Gusmão, jaz Tibiriçá. Sogro de João Ramalho, amigo de Martim
Afonso de Sousa, o tuxaua guaianá ajudou os jesuítas a fundar São Paulo. Está na
raiz de 16 gerações de mamelucos, entre eles muitos quatrocentões paulistas que
vieram a constituir um povo novo nos trópicos.
Nasceu em São Paulo (SP),
em data desconhecida, e morreu na mesma cidade, em 1562.
15-Juscelino Kubitschek
Com as bandeiras da
concórdia e do desenvolvimento, JK implantou programas de infra-estrutura e
expandiu a indústria com o lema "50 anos em 5". Em sua obra
resplandece Brasília. Erguida na solidão do Planalto, a nova capital mudou a
geografia do Brasil.
Nasceu em Diamantina (MG),
no dia 12 de setembro de 1902, e morreu no dia 22 de agosto de 1976, em Resende
(RJ).
16-Anita Garibaldi
Casada com o libertador
italiano Giuseppe Garibaldi, que se engajara na Revolta dos Farrapos em 1836,
participou com o marido de combates aqui e na Europa. É reconhecida no Brasil e
na Itália como paladina da liberdade nos dois continentes.
Nasceu em Laguna (SC), em
1821, e morreu na cidade de Ravena (Itália), em 4 de agosto de 1849.
17-Getúlio Vargas
Líder civil da Revolução
de 1930, comandou a modernização do Estado brasileiro com políticas
nacional-desenvolvimentistas. No seu legado sobressaem as bases da
industrialização, a legislação trabalhista e a participação do Brasil na II
Guerra.
Nasceu em São Borja (RS),
em 19 de abril de 1882, e morreu em 24 de agosto de 1954, no Rio de Janeiro
(RJ).
18-Almirante Tamandaré
Aos 15 anos, Joaquim
Marques Lisboa embarcou como praticante de piloto em um navio de guerra, para
seguir uma carreira de glórias militares. Conhecido como Almirante Tamandaré,
entre seus feitos está a espetacular vitória brasileira na até então maior
batalha naval das Américas, a de Riachuelo (1865), na Guerra do Paraguai.
Nasceu em Rio Grande (RS),
no dia 3 de dezembro de 1807, e morreu no Rio de Janeiro (RJ), em 20 de março
de 1897.
19-Duque de Caxias
Maior chefe militar da
História do Brasil, Luís Alves de Lima e Silva foi o único brasileiro a receber
o título de duque. Conduziu as tropas da Tríplice Aliança à vitória na Guerra
do Paraguai, mas ficou conhecido como o Pacificador, por sempre propor a paz
antes do combate.
Nasceu em 25 agosto de
1803, na Vila de Porto da Estrela, Capitania do Rio de Janeiro, atual município
de Duque de Caxias (RJ). Morreu em 7 de maio de 1880, em Valença (RJ).
20-Pedro Álvares Cabral
Ao zarpar do Rio Tejo, em
8 de março de 1500, com a maior armada até então organizada em Lisboa, o
almirante tinha a missão oficial e pública de ir à Índia. Mas seu grande feito
foi tomar posse da que seria a maior obra do Ciclo dos Descobrimentos
portugueses.
Nasceu na cidade de
Belmonte (Portugal), em 1467 (ou 68), e morreu em Santarém (Portugal), em 1520
(ou 26).
21-Henrique Dias
Negro liberto, chefiou um
batalhão de homens livres e escravos na guerra contra os holandeses no
Nordeste, inclusive nas decisivas Batalhas de Guararapes. Foi ferido sete
vezes. Condecorado pela Coroa portuguesa, pediu a liberdade para seus soldados.
A data de seu nascimento é
desconhecida. Morreu em junho de 1682, em Recife (PE).
22-Deodoro da Fonseca
Chefe militar de grande
prestígio na tropa, desferiu um golpe na escravidão quando decidiu que o
Exército não mais perseguiria negros fugitivos. Proclamador e primeiro
presidente da República, preferiu renunciar a lançar o país numa guerra civil.
Nasceu na cidade de
Alagoas (atual cidade de Marechal Deodoro), em Alagoas, no dia 5 de agosto de
1827, e morreu em 23 de agosto de 1892, no Rio de Janeiro (RJ).
23-Maria Quitéria
Na luta pela Consolidação
da Independência na Bahia, uma surpresa: o soldado Medeiros, bravo e audaz, era
na verdade Maria Quitéria de Jesus. Pelo exemplo de altivez e independência,
tornou-se símbolo do movimento de emancipação feminina.
Nasceu em Feira de Santana
(BA), no ano de 1792, e morreu em 21 de agosto de 1853.
24-Luís Carlos Prestes
Chefiou a grande marcha da
Coluna Prestes durante 29 meses e 25 mil quilômetros pelo interior do Brasil.
Foi secretário-geral do Partido Comunista. Comandou o movimento modernizador e
preparatório da Revolução de Trinta.
Nasceu em Porto Alegre
(RS), no dia 3 de janeiro de 1898, e morreu no Rio de Janeiro (RJ), em 7 de
março de 1990.
25-Barão do Rio Branco
Professor, político,
jornalista, diplomata e historiador, José Maria da Silva Paranhos Júnior foi
unanimidade nacional como chanceler de quatro governos, de 1902 a 1912.
Consolidou as fronteiras e formulou uma política diplomática à altura da
grandeza do Brasil.
Nasceu em 20 de abril de
1845, e morreu em 10 de fevereiro de 1912, no Rio de Janeiro (RJ).
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