O presidente urucubaca
Com fama de
azarado, Hermes da Fonseca trouxe os militares de volta ao cenário político e
desbancou o poder das oligarquias estaduais.
Baixo, gordo e calvo. Hermes da
Fonseca era dono de traços físicos pouco atraentes. Pesava ainda sobre o
presidente a fama de ser indeciso, ignorante e pé-frio. Durante todo o seu
governo, a opinião pública o azucrinou: pela sua presumida ignorância foi
apelidado de "Dudu". Na imprensa, as caricaturas e paródias faziam
mais sucesso do que suas ações administrativas, o que fez dele a maior vítima
presidencial de chacotas.
Sobrinho do primeiro presidente
da República, o marechal Deodoro da Fonseca, Hermes nasceu em 1855, na vila
de São Gabriel, no Rio Grande do Sul. Na infância, a brincadeira dileta era
cavalgar, passa tempo que iria manter até a idade adulta. Ouvindo os ecos da
Guerra do Paraguai, divertia-se também em assistir aos exercícios diários no
Corpo de Artilharia a Cavalo, onde seu pai, Hermes Ernesto da Fonseca,
servia.
Fugindo do ambiente sombrio do
conflito, em 1866, sua mãe, Rita Rodrigues Barbosa da Fonseca, veio para o Rio
de Janeiro com seus oito filhos. No ano seguinte, Hermes ingressou no Colégio Saint-Louis, na atual Praça Tiradentes.
Pouco afeito aos estudos, foi expulso após brigar com três colegas e rasgar a
batina de um padre. Passou a estudar no Colégio de Pedro II e a frequentar as
aulas do Liceu de Artes e Ofícios. Logo a aptidão para a caserna começou a
aflorar e, a contragosto do pai, entrou no Batalhão de Artilharia a Pé e na
Escola Militar da Praia Vermelha, em 1871.
Não tinha ambição política,
falando-lhe mais alto a carreira militar. Com a ajuda do tio-presidente,
Hermes chegou às mais altas patentes do Exército. Em 1890, foi elevado a tenente-coronel,
assumindo o "Regimento dos Fonseca", unidade assim nomeada por ser
reduto de muitos oficiais da família. A promoção a marechal ocorreu durante
o governo de Rodrigues Alves, quando enfrentou a Revolta da Vacina. A esta
altura, já estava casado com sua prima-irmã, Orsina Francione da Fonseca.
Namoro de infância, Orsina era uma noiva ideal: "virtuosa, bem-educada e
econômica". O enlace, em dezembro de 1877, foi marcado por um fato
inusitado: o padre se recusou a subir a ladeira que conduzia até a capela,
reclamando de cansaço. O noivo teve que ir buscá-lo junto com outros
companheiros militares. O casal teve oito filhos.
A nomeação para o Ministério da
Guerra em 1906, no governo de Afonso Pena, marcou sua entrada na política.
Militar prestigiado, era nome certo para os planos de reorganização do Exército.
Acumulou ainda o posto de ministro do Supremo Tribunal Militar. Tudo caminhava
bem para Hermes da Fonseca até 1909, quando surpreendeu a todos com suas ambições
à Presidência.
Numa coligação entre Minas e Rio
Grande do Sul, foi lançada a candidatura de Hermes da Fonseca, tendo como vice
Wenceslau Braz. São Paulo e Bahia se uniram em torno de Rui Barbosa. Pela
primeira vez, o esquema "café-com-leite" fora quebrado. A disputa
prometia ser quente. Os civilistas defendiam princípios democráticos e
achavam que os militares não deveriam exercer mais a Presidência, embora
reconhecessem a importância do Exército na fundação da República.
Para Afonso Pena, a candidatura
de Hermes foi um duro golpe. Houve quem dissesse que a morte do presidente
(1909) foi provocada por um "trauma moral" resultante de uma reunião
com o marechal. E pior: houve quem dissesse que a morte fora provocada pela urucubaca
que ele espalhava. Coincidência ou não, a morte de Pena inverteu o cenário
eleitoral: Hermes passou de oposição para situação, porque o então presidente
Nilo Peçanha apoiou a campanha militarista.
Após duas décadas de regime republicano,
o país teria sua primeira campanha eleitoral de verdade. Na plataforma dos
militaristas estava a derrubada da "política dos governadores"
implementada por Campos Salles. Tinham como símbolo uma vassoura para “varrer a
roubalheira dos civilistas" e implementar a política das
"salvações". Já os civilistas percorreram o Brasil defendendo o voto
secreto e o combate ao analfabetismo. Após uma disputa incendiária, Hermes
venceu as eleições: 403.897 votos contra os 223.784 de Rui Barbosa.
Mal despiu a farda, o presidente
foi acusado de vencer graças às fraudes eleitorais. Não bastasse a denúncia, estoura na capital da República
a Revolta da Chibata. Intolerante, expulsou da Marinha os integrantes do
movimento. Os excessos na aplicação das penas resultaram na morte da maioria
dos revoltosos. O Rio de Janeiro ficou oito meses em estado de sítio, o que
minou sua ténue base política e foi um prato cheio para as críticas
civilistas. Eram os primeiros indícios de que a gestão do marechal Hermes seria
turbulenta. E azarada.
Em janeiro de 1911, inicia-se a chamada
"política das salvações", nome atribuído às derrubadas dos
presidentes estaduais com o apoio do governo federal. Oligarcas foram substituídos por
militares da confiança do marechal Hermes. No final, a política acabou se tornando
um desastre. Encontrando resistências em Salvador e em Manaus, o marechal
ordenou o bombardeio das cidades.
Sem experiência administrativa,
o presidente ganhava os adjetivos de "indeciso" e
"influenciável". Anedotas e caricaturas registravam a ascendência do
senador Pinheiro Machado sobre Hermes. Uma delas relatava uma confidência do
presidente ao seu vice: "Olha, Wenceslau, o Pinheiro é tão bom amigo que
chega a governar pela gente". Para reverter esta imagem, o próprio
Pinheiro Machado criou o Partido Republicano Conservador (PRC), na tentativa
de preservar o Executivo.
O marechal tentou ganhar popularidade
se aproximando do operariado. Com a ajuda do filho Mario Hermes, ouviu reivindicações trabalhistas.
Construiu vilas operárias, como a de Sapopemba, atual bairro de Marechal
Hermes, no Rio de Janeiro. Fundou um sindicato, a Liga do Operariado do
Distrito Federal, em outubro de 1912. Atento à saúde pública, por intermédio do Instituto
Oswaldo Cruz incentivou viagens de cientistas renomados, como Belizário Pena e
Artur Neiva, incumbidos de diagnosticar as principais doenças que afligiam a
população do interior do Brasil.
Se sua gestão andava caótica, um
fato viraria de cabeça para baixo a vida do "Dudu". Sua esposa
falece em 1912 e, sem que o luto terminasse, casa-se com Nair de Teffé. Moça rica e da
mais alta aristocracia da República, era filha do almirante Antonio Luiz Von
Hovnholtz, o barão de Teffé, e, pasmem, 31 anos mais jovem do que o
presidente!
Educada na França, Nair falava
diversas línguas, tocava violão, era atriz e, por ironia, a primeira caricaturista
do Brasil. Ousada, frequentava o Café Jeremias, um dos redutos da boêmia
carioca, onde conviveu com literatos como João do Rio e Arthur Azevedo. O
namoro teve início em janeiro de 1913, em Petrópolis, quando o marechal se
recuperava da perda da esposa. Recebido pela família Teffé, logo se apaixonou
por Nair. Entre cavalgadas matutinas e cafezinhos na casa do barão, Hermes se
declarou: "Estou encantado com a beleza de mademoiselle. Queria
fazê-la minha esposa".
Foi um escândalo. Uma menina
culta e jovem não deveria se casar com um velho que acabara de ficar viúvo, na
opinião dos mais conservadores. Os filhos do marechal também não toleraram o
consórcio. Para os opositores do presidente a notícia foi um prato quente. O
marechal estava caduco, diziam. Mas o casamento ocorreu em 8 de dezembro de
1913, sem lua-de-mel, devido à pobreza do noivo.
Nair trouxe descontração à vida
palaciana, e seus salões se tornaram famosos pelas festas e saraus. As
recepções eram tantas que Rui Barbosa apelidou o Catete de "Versailles do
século XVII", numa alusão à Corte francesa. Mas nenhum evento causou
tanto frisson quanto o sarau do "Corta-jaca". Considerada
chula e pornográfica, a composição era um dengoso maxixe de Chiquinha Gonzaga.
A opinião pública não perdoou: do casamento à noite do "Corta-jaca",
tudo foi motivo para mais caricaturas e canções irreverentes: "o Dudu
sai a cavalo/ o cavalo logo empaca/ e só recomeça a andar/ ao ouvir o
Corta-jaca..."
Distraído, o marechal não percebeu
que o Brasil rumava para uma terrível crise. O país assistia mais um episódio
sangrento: a Guerra do Contestado. Ocorrida na divisa do Paraná com Santa Catarina,
tinha
caráter messiânico e foi liderada pelo "monge" José Maria. O
marechal não conseguiu contornar o conflito, iniciado em 1912, e sobrou para o próximo
presidente, Wenceslau Braz, controlar a revolta que durou até 1916.
Hermes da Fonseca entregou ao
sucessor um país endividado. Cansado das críticas e chacotas, desiludido com a
política, desabafou: "Passei pela triste decepção de verificar que
'amigos' meus o eram mais dos oligarcas". Com o fim do mandato, recolheu-se
em Petrópolis e passou a fazer móveis e casinhas para passarinhos. Após exílio
voluntário na Europa, retornou em 1920. Dois anos depois, foi preso pelo envolvimento
numa conspiração militar contra o presidente Epitácio Pessoa. Em liberdade e
doente, voltou a Petrópolis onde faleceu de um ataque cardíaco, em 9 de setembro de 1923. Seu último desejo foi
ser enterrado em trajes civis, dispensando as honras militares.
Nívia Pombo é
mestre em História Social pela Universidade Federal Fluminense e pesquisadora
de Nossa História.
Fonte: Revista Nossa História - Ano III nº 32
– Junho - 2006
Contra a chibata, canhões
As reivindicações que levaram os marinheiros à Revolta da Chibata iam
muito além da extinção do castigo inevitavelmente associado à escravidão.
A Marinha de Guerra havia encomendado
diversos navios aos estaleiros ingleses de Newcastle, como parte do seu projeto
de reaparelhamento naval, e, em 1910, chegaram os modernos e poderosos
encouraçados: Minas Gerais e São Paulo. Foram esses dois navios e mais duas
embarcações – Deodoro e Bahia – que os marinheiros utilizaram para exigir o
cumprimento das suas reivindicações. Aos gritos de “Viva a liberdade” e “Abaixo
a chibata”, os amotinados foram matando e expulsando oficiais, sargentos e
marinheiros contrários ao movimento. Logo após, apontaram os enormes canhões
contra a cidade e atiraram, vitimando pessoas em duas residências.
As alternativas de contragolpe eram nulas.
Sob a liderança de João Cândido Felisberto e Francisco Dias Martins, os
marinheiros, negros em sua imensa maioria, mostraram-se habilidosos na condução
das embarcações e na sobriedade com que encararam a luta por melhores condições
de trabalho. O uso de bebidas, a prática dos jogos de azar e diversas outras
atividades foram proibidas. Afinal, eles estavam planejando essa revolta havia
meses e não poderiam comprometer seu sucesso.
Hermes da Fonseca fora empossado presidente
apenas sete dias antes. Com a surpresa do ataque e a dimensão da organização, o
marechal se viu obrigado a negociar, sob a pressão de retirar a capital federal
da República — e o seu próprio governo — da estranha condição de reféns de
centenas de marinheiros amotinados.
Os debates no Congresso foram fervorosos e
puseram em lados opostos os senadores Rui Barbosa e Pinheiro Machado. O
primeiro defendia a votação de um projeto imediato de anistia e o segundo
entendia que tal direito só deveria ser satisfeito caso os marinheiros primeiro
entregassem as armas. Rui Barbosa foi vitorioso, e a anistia encerrou a revolta
dos marinheiros naquele mês de novembro. Pensaram os amotinados que os debates
no Poder Executivo e a cobertura jornalística nacional e internacional seriam
suficientes para terminar com seus problemas. Afinal, haviam conseguido revelar
a humilhante realidade a que eram submetidos no interior da armada por seus
oficiais superiores.
No entanto, em 27 de novembro, os oficiais
ordenaram o desarmamento dos poderosos navios e, no dia seguinte, começaram a
expulsar dezenas de ex-amotinados, desrespeitando a anistia. A tensão entre
marinheiros e oficiais aumentou, e os líderes já não mais conseguiam comandar
todos os colegas. Dias depois, em 9 de dezembro do mesmo ano, outra revolta
estourou no navio Rio Grande do Sul e no Batalhão Naval da ilha das Cobras. O
navio foi logo dominado pelos oficiais, e o Batalhão Naval passou a ser
brutalmente bombardeado pelas forças do Exército. Sendo um alvo fixo e sem a
liderança e a organização existentes em novembro, os amotinados do Batalhão
Naval foram sendo mortos e feridos ao longo daquela intensa noite. Não há
dados que revelem a quantidade de mortos, mas alguns jornais chegaram a
noticiar mais de trezentos.
Raros eram aqueles que desejavam ser
marinheiros. Os homens eram recrutados à força nas ruas ou prisões. Havia
também o alistamento de menores pobres, órfãos e desvalidos que eram enviados
por pais, juízes e tutores. O governo incentivava esse tipo de alistamento
através do pagamento de prêmios aos responsáveis dos garotos. Entre os
receios que afastavam voluntários para o serviço estavam o tempo de serviço
militar obrigatório (entre nove e quinze anos), o baixo salário e as violências
sexuais. No entanto, as formas de disciplinamento usadas pelos oficiais eram o
que maior aversão gerava entre os possíveis candidatos.
Há diversos casos de cem, 250 e até
quinhentas chibatadas num único dia. Embora o castigo da chibata em marinheiros
seja facilmente associado à recém-abolida escravidão no Brasil, é importante
ter em mente que esse tipo de disciplinamento era comum na maior parte das
forças armadas no mundo (Inglaterra, Estados Unidos, Rússia). Mas não
havia maiores questionamentos por parte dos marinheiros aos castigos
considerados justos e sem excessos e, até a República, não ocorreram revoltas
contra os castigos na armada.
Com o fim da guerra do Paraguai, a Abolição
e as mudanças no pensamento ilustrado, esse tipo de castigo começou a ser
contestado. Além disso, um outro fato mexeu com as normas de punição. No
segundo dia da República, o ministro da Marinha, Eduardo Wandenkolk, decidiu
abolir os castigos corporais a bordo dos navios. Essa decisão não foi
gratuita. Um ano antes, os marinheiros haviam conseguido pôr as ruas do
Rio de Janeiro em estado de guerra, quando atacaram as forças da polícia,
devido a antigas questões entre as duas corporações. O barulho foi tão grande e
a oposição explorou tanto a situação pelos jornais que a princesa Isabel teve
de sair de Petrópolis para dar um basta àquela situação. Wandenkolk estava nas
ruas do Rio nesse dia e muito certamente notou a importância de ter os
marinheiros avessos à monarquia e inclinados às iniciativas da jovem República.
No entanto, cinco meses após o fim dos castigos físicos, os oficiais
passaram a pressionar Wandenkolk, que instaurou um novo regime de punição, mais
rigoroso que o anterior, resgatando inclusive o castigo de chibata. As
primeiras revoltas de marinheiros começaram a estourar em estados como Rio de
Janeiro, Mato Grosso e Rio Grande do Sul ainda na década de 1890. A liderada
por João Cândido, no entanto, foi a mais organizada, alcançou maior sucesso que
as anteriores e demonstrou a consciência a que os marinheiros haviam
chegado.
Não era somente uma revolta contra a
chibata. Os marinheiros expuseram os problemas e apresentaram propostas
concretas de mudança. De um lado, a chegada dos novos navios exigiu maior
quantidade de homens, sobrecarregando o trabalho dos existentes. As irritações
e os castigos aumentaram consideravelmente. Além disso, os oficiais receberam
aumentos de salários, mas os marinheiros não tiveram a mesma sorte. O aumento
dos salários e a criação de uma nova tabela de serviços, que diminuísse o
excesso de trabalho, foram duas reivindicações reveladoras dessa
insatisfação.
Por outro lado, exigiam o fim dos castigos
físicos. Um código penal permitia tal punição, mas diversos oficiais castigavam
mais que o ratificado nos seus parágrafos, impiedosamente. Daí exigirem a
mudança do código penal e a demissão desses oficiais. Mas eles também
sabiam que mudanças no comportamento dos marinheiros eram necessárias. Havia muitos
colegas seus que se embriagavam com frequência, implicavam com colegas,
roubavam objetos do fardamento, trapaceavam no jogo. Eram essas atitudes
que geralmente levavam o marinheiro indisciplinado e outros envolvidos por ele
a sofrer castigos físicos, descontos de salários, rebaixamento de posto. Assim,
exigiram “educação” para os marinheiros indisciplinados. As lideranças
certamente discutiram estes problemas nas reuniões preparatórias para a revolta
de novembro de 1910.
Em 1911, a maior parte dos envolvidos
tinha sido desligada, morta ou fugira. Anos depois da revolta, os
resultados começaram a aparecer. Em 1923, a Escola de Aprendizes da Bahia teve
todas as 47 vagas preenchidas rapidamente. No entanto, o oficial comandante
dessa instituição começou a reprovar diretamente todos os menores negros, dando
lugar aos brancos. Segundo ele, esta era uma seleção “natural”. Parte dos
oficiais, enfim, desejava embranquecer a armada.
Devido ao racismo na Marinha, negros não
poderiam ser oficiais. Mesmo que distantes do oficialato, os marinheiros de
1910 desejaram construir uma nova realidade capaz de alavancar suas
carreiras. Numa cidade onde a disputa por empregos no mercado de trabalho
criou e recriou conflitos por nacionalidade, cor e gênero, os amotinados de
1910 tentaram garantir um espaço no qual assegurassem dias mais felizes para
suas vidas.
Álvaro Pereira Nascimento é
doutor em história pela Unicamp e autor de A
ressaca da marujada: recrutamento e disciplina na armada imperial.
Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2001.
O mestre-sala dos mares
Em 1975, os compositores João Bosco e Aldir Blanc fizeram uma música em
homenagem a revolta da Chibata que aconteceu no Brasil em 1910. Nos anos 1970,
o Brasil era governado por uma ditadura militar e as criações artísticas, como
as letras de música, deviam ser aprovadas pelas autoridades. A Censura Federal
vetava ou alterava artigos de jornal, livros, filmes, músicas, etc. A letra da
música de Bosco e Blanc desagradava aos militares e foi censurada. Abaixo estão
reproduzidas as duas versões da música: a versão original e a versão
modificada para passar pela censura.
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