Em "O Povo
Brasileiro", o antropólogo Darcy Ribeiro (1913-1997) nos conduz pelos caminhos da nossa
formação como povo e nação. Afinal, quem são os brasileiros? Que matrizes nos
alimentaram? Que traços nos distinguem?
A
série é uma recriação da narrativa de Darcy Ribeiro em linguagem televisiva. Os
programas, de 26 minutos cada discutem a formação dos brasileiros, sua origem
mestiça e a singularidade do sincretismo cultural que dela resultou. Com imagens
captadas em todo o Brasil, material de arquivo raro, depoimentos de Chico Buarque, Tom Zé, Antônio Cândido, Aziz
Ab´Saber, Paulo Vanzolini, Gilberto Gil, Hermano Vianna, entre outras
personalidades., os dez programas da série discutem nossas
origens, nossos percursos históricos, nossos temas e problemas, nossas
perspectivas de futuro.
Em
1995, lendo os primeiros capítulos dos originais de "O Povo
Brasileiro", Isa Grinspum Ferraz sugeriu a Darcy Ribeiro (1922-1997), com
quem colaborou por 13 anos, que contasse aquela história para mais gente, em
programas de televisão. Apesar de já muito doente, Darcy aceitou a provocação
e, por quatro dias, tornou-se ator de um grande depoimento sobre a formação
cultural do Povo Brasileiro.
Com imagens captadas em todo o Brasil,
material de arquivo raro e depoimentos, a série é um programa indispensável
para educadores, estudantes e todos os interessados em conhecer um pouco mais
sobre o nosso país.
Direção: Isa Grinspum Ferraz
Ano: 2000
Áudio: Português
Duração: 26 minutos (cada episódio)
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no nome do episódio para assistir
on-line
No documentário que abre a série, Darcy
Ribeiro pergunta: "Antes do Brasil existir, como podia existir o mundo? O
Brasil nasce sob o signo da Utopia." O programa reconstrói o universo dos
povos Tupi antes da chegada dos portugueses: a organização das aldeias, o
sistema de crenças, a antropofagia, as práticas agrícolas, as guerras e as
festas. Foi construído com imagens de povos indígenas brasileiros extraídas de
dezenas de arquivos brasileiros e estrangeiros, captadas em película e vídeo
durante o século XX.
Contém cenas
filmadas por Darcy Ribeiro e Franz Forthman entre os Urubu-kaapor, em 1950.
Contém imagens dos originais dos diários escritos por Darcy Ribeiro em sua
longa convivência com povos indígenas, bem como documentos e desenhos dos
séculos XI e XII, entre outros.
Exemplares de
objetos indígenas foram filmados para o programa em museus e acervos
brasileiros. Depoimentos de Azis Ab'Saber e Washington Novaes
"Esse navio, essa criação, é mais
importante que uma nau, dessas espaciais..." Assim Darcy Ribeiro fala das
caravelas que permitiram aos portugueses dar início à globalização do planeta.
O segundo documentário da série reconstrói o sofisticado universo dos
portugueses às vésperas das viagens de exploração das fronteiras do
Desconhecido.
O programa contém
imagens de Portugal pesquisadas na Cinemateca Portuguesa e em outros acervos
europeus. Contém vasta iconografia referente às influências árabe e israelita
que marcaram a Península Ibérica, assim como imagens inéditas das festas do
Espírito Santo, nos Açores e no Maranhão.
Tom Zé fala trechos
de poemas de Fernando Pessoa. Gilberto Gil canta "Prece", também de Pessoa.
Depoimentos do grande pensador português Agostinho da Silva, de Judith Cortesão
e Roberto Pinho.
"Toda a cultura brasileira está
impregnada da herança africana. Sua presença fez quase tudo o que aqui se
fez", diz Darcy Ribeiro neste programa que fala do conjunto das culturas
negroafricanas que estão na base de nossa formação. O documentário nos faz
conhecer a força, o requinte e a sofisticação dos bantos, haussás, jejes e
yorubás que atravessaram o Atlântico no maior movimento de migração compulsória
de que se tem notícia.
O programa foi construído com imagens de
arquivo pesquisadas em cinematecas e museus variados, bem como com o registro
de vasta e variada iconografia (fotos de Pierre Verger e outros).
Contém imagens de
peças africanas pertencentes a importantes colecionadores, filmadas na Bélgica.
Depoimentos de Mãe Estela, do antropólogo Carlos Serrano e do etnólogo François
Neyt, da Universidade Louvain-la-Neuve, da Bélgica. Participação especial de
Gilberto Gil que canta e lê poemas africanos recriados por Antonio Risério.
Neste documentário, Darcy Ribeiro reflete
sobre os encontros e desencontros, no território hoje brasileiro, das nossas
três grandes matrizes, e do início da aventura chamada Brasil. "Povo novo
é como o Brasil, é um gênero novo. Um povo mestiço na carne e no espírito e,
como tal, herdeiro de todas as taras e talentos da humanidade."
O programa contém imagens originais
captadas no Sul da Bahia. Imagens de danças populares filmadas pela
"Missão de Pesquisas Folclóricas", de Mário de Andrade, em 1938.
Trechos de filmes clássicos de Humberto Mauro. Trechos do Balet Benguelê, do
Grupo Corpo.
Textos de Gilberto
Freyre, entre outros. Tom Zé fala trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha e de
texto de Miguel de Cervantes. Depoimento do antropólogo Antonio Risério.
"Negro era como carvão; um saco de
carvão acabou, você compra outro...", diz Darcy Ribeiro no início deste
que é o primeiro dos cinco programas sobre os Brasis. O documentário põe em
perspectiva a região cultural que ele chama de crioula - Bahia, Rio de Janeiro,
Pernambuco, Maranhão, região fortemente marcada pela presença negra. Fala de
sua opulência e decadência.
Com filmagens realizadas em Salvador, no
Recôncavo baiano, em Ouro Preto e Rio de Janeiro, o programa conta ainda com
rico material fílmico - documentários e ficção - pesquisado em arquivos
brasileiros: Nelson Pereira dos Santos, o Tambor de Mina filmado pela
"Missão de Pesquisas Folclóricas", de Mário de Andrade, em 1939.
Dorival Caymmi e Chico Science. Cartola e Nélson Sargento. Candomblé e funk.
Clementina de Jesus e sua receita de feijoada.
Desenhos de Carybé.
Textos de Câmara Cascudo e Gilberto Freyre. Depoimentos de Gilberto Vasconcelos,
Mãe Estela, do Babalaô Agenor Miranda da Rocha, de Mãe Filhinha, do antropólogo
Roberto Pinho e de Luiz Melodia.
No documentário sobre mais esta região
cultural do Brasil, Darcy Ribeiro comenta: "Qualquer vaqueiro sabe, de
experiência própria, quanto contrastam as facilidades disponíveis para socorrer
a um touro empestado com as dificuldades que encontra para medicar um filho
enfermo".
O programa contém imagens originais
filmadas em Canudos, Uauá, Petrolina e São Paulo. Contém uma vasta coleção de
imagens raras extraídas de arquivos diversos, entre as quais: Lampião e seu
bando, Padre Cícero, Luiz Gonzaga e sua sanfona.
Contém cenas escolhidas dos clássicos
"Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha, "Vidas
Secas", de Nelson Pereira dos Santos, "Memórias do Cangaço", de
Paulo Gil Soares, entre outros. Contém ainda vasta iconografia inédita retirada
dos arquivos de Lina Bo Bardi
Na música, além
disso, temos a Banda Cabaçal e os Irmãos Aniceto, o forró dos índios Cariri e
Mestre Ambrósio. Tom Zé canta Luiz Gonzaga. Textos de Guimarães Rosa, Roger
Bastide e Euclides da Cunha pontuam o programa. Depoimentos de Paulo Vanzolini,
Ariano Suassuna, Hermano Vianna, Antonio Risério.
O documentário investiga as origens e as
transformações pelas quais passou o chamado "mundo caipira". Nele,
Darcy Ribeiro fala sobre os bandeirantes, a caça aos índios e ao ouro, o
surgimento e a descaracterização de mais essa região cultural brasileira. O
programa contém imagens originais captadas no Sul de Minas, em Ouro Preto e em
São Paulo.
Contém imagens da Congada e do Moçambique,
danças populares do mundo caipira, filmadas em 1935 por T. Lévi-Strauss. O Jeca
Tatu e o Caipiródromo. As influências das matrizes portuguesa e negra. O Rei do
Gado. A industrialização e a urbanização. Tom Zé declama Oswald de Andrade.
Trechos de textos de Sérgio Buarque de Holanda pontuam o programa. Depoimentos
de Antonio Cândido e Roberto Pinho
Neste documentário, Darcy Ribeiro nos fala
não de um, mas de três brasis sulinos: o dos índios guaranis e das Missões
Jesuíticas, que geraram os gaúchos; "o dos ilhenhos, que Portugal mandou
buscar para pôr uma presença portuguesa lá. E dos gringos, a gringalhada que
caiu lá, como uma onda".
Com imagens
captadas no Rio Grande do Sul (nos Pampas, em Porto Alegre e na Serra Gaúcha),
imagens de arquivo das Missões e dos Açores, e iconografia muito variada, o
programa desvenda um Sul pouco conhecido: sul de negros que cultuam orixás, Sul
dos Sem-Terra, dos gaúchos-à-pé.
O velho Mondadori
toca o "Boi Barroso". Lupcínio Rodrigues canta. Depoimentos de Judith
Cortesão e de Eduardo Gianetti.
"A Amazônia é o Jardim da
Terra". Assim Darcy Ribeiro abre o programa convidando-nos a conhecer e a
compreender melhor a formação e as características desse outro mundo, que é o
caboclo. Mundo dos índios, das águas e do microchip. De Chico Mendes e da Zona
Franca de Manaus. Com imagens originais captadas no Amazonas, o programa contém
belíssimas imagens antigas de índios brasileiros, de seringueiros e
castanheiros. A criação da Transamazônica e a biodiversidade.
Textos do Padre
Vieira e do Marechal Rondon pontuam o programa. Depoimentos de Azis Ab'Saber,
Márcio de Souza e Paulo Vanzolini.
"Nós temos que inventar o Brasil que
nós queremos!", afirma Darcy no último programa da série. Programa que nos
faz refletir sobre as utopias que, desde o início, nos acompanham em nossa
trajetória: da ideia dos Tupi de uma Terra Sem Males, passando pelo ideal
medieval de um Paraíso Terreal, até o projeto contemporâneo de um Brasil viável
e possível que ainda vai florescer.
Programa-caleidoscópio,
a "Invenção do Brasil" reúne imagens e manifestações culturais
antigas e modernas das várias regiões do Brasil. Depoimentos de Eduardo
Gianetti, Agostinho da Silva, Judith Cortesão e Roberto Pinho.
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