“E agora que vocês viram no que a coisa deu, jamais esqueçam como foi que tudo começou” (Bertolt Brecht)

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Construtores do Brasil

     A série Construtores do Brasil traz a biografia de 25 personalidades que tiveram papel predominante na formação política, histórica e geográfica do País.
     Há personagens conhecidos e outros nem tanto, a começar pelo índio Ajuricaba, chefe da tribo dos Manaus, no rio Amazonas, que no século XVIII lutou contra a ocupação portuguesa. Ou Plácido de Castro, gaúcho que liderou seringueiros no Norte do País e, com isso, foi um dos principais responsáveis pela anexação ao Brasil do atual estado do Acre.
     Ajuricaba não é o único líder indígena na série. Tibiriçá, um dos fundadores de São Paulo, e Filipe Camarão, herói da luta contra os holandeses, também são homenageados.
     Os heróis de lutas contra dominadores ou colonizadores têm papel de destaque. Além de Ajuricaba, Plácido de Castro e Filipe Camarão, são biografados Zumbi dos Palmares, Tiradentes, Anita Garibaldi, Frei Caneca, Henrique Dias e Maria Quitéria, além de políticos, militares e estadistas como o barão do Rio Branco, o almirante Tamandaré, o duque de Caxias, Bento Gonçalves, José Bonifácio de Andrade e Silva, Luís Carlos Prestes e o bandeirante Raposo Tavares.
     O bandeirante é um dos representantes dos personagens que ajudaram o Brasil a ter a formação geográfica atual - um dos critérios de escolha dos homenageados. Padre Manuel da Nóbrega e o navegador Pedro Álvares Cabral também entram nessa categoria.
     Quatro ex-presidentes da República (Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek), um imperador (Dom Pedro I) e uma regente (a princesa Isabel) são os dirigentes do País que constam da lista.

01-Bento Gonçalves
Nos dez anos da Guerra dos Farrapos (1835-1845) contra o Império, Bento Gonçalves foi o estrategista militar e presidente da República de Piratini, fundada pelos revoltosos. Apesar de aceitar o cargo, nunca foi entusiasta do separatismo do Rio Grande do Sul.
Nasceu em Triunfo (RS), em 23 de setembro de 1788, e morreu em 18 de julho de 1847, na cidade de Pedras Brancas (RS).
02-Plácido de Castro
Gaúcho radicado no Acre, liderou os seringueiros que, com trabalho e sangue, incorporaram aquele torrão ao território brasileiro. Sua ação de defesa abriu a frente diplomática com que o Brasil negociou o Tratado de Petrópolis com a Bolívia em 1902.
Nasceu em São Gabriel (RS), no dia 9 de dezembro de 1873, e morreu em 9 de agosto de 1908, em Benfica (AC).
03-Floriano Peixoto
Filho de lavradores, passou de soldado raso a Marechal do Exército. Exerceu a Presidência defendendo os interesses nacionais e o povo brasileiro. Seu maior feito foi derrotar as tentativas de restauração da Monarquia, e assim consolidou a República.
Nasceu em Ipioca (AL), no dia 30 de abril de 1839, e morreu em 29 de junho de 1895, na cidade de Barra Mansa (RJ).
04-Frei Caneca
Padre carmelita, intelectual e guerreiro, foi um liberal republicano. Participou da Revolução Pernambucana de 1817 e chefiou a Confederação do Equador em 1824. Condenado ao patíbulo, teve de ser fuzilado porque nenhum carrasco aceitou enforcá-lo.
Nasceu no Recife (PE), no ano de 1779, e morreu na mesma cidade, em 13 de janeiro de 1825.
05-Tiradentes
Líder da Conjuração Mineira de 1789, o alferes Joaquim José da Silva Xavier passou à história como um precursor idealista e ousado da Independência do Brasil. A Coroa portuguesa mandou executá-lo e esquartejá-lo, além de amaldiçoar seus descendentes.
Nasceu em São José Del-Rei (hoje cidade de Tiradentes), em Minas Gerais, no ano de 1746, e morreu em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro (RJ).
06-Filipe Camarão
Índio potiguar, chamado Poti em sua tribo. Convertido ao cristianismo, recebeu o nome de Antônio Filipe pelos jesuítas que o educaram, numa homenagem a Filipe IV, rei da Espanha. Chefiou tropas na luta contra os invasores holandeses. Guerreou de Pernambuco à Paraíba e na primeira Batalha de Guararapes (1648), recebendo o título de dom.
Nasceu por volta de 1600, na Capitania do Rio Grande (atualmente, Rio Grande do Norte), e morreu em 1648, no Recife (PE).
07-José Bonifácio de Andrada e Silva
Cientista e homem de letras, foi o maior estadista brasileiro. Organizou um projeto nacional que incluía a libertação nacional, a abolição da escravatura, a reforma agrária e a integração dos índios. Arquitetou a fundação e a consolidação do Império do Brasil.
Nasceu em Santos (SP), no dia 13 de julho de 1763, e morreu no dia 6 de abril de 1838, em Niterói (RJ).
08-Princesa Isabel
Na primeira vez em que assumiu a Regência do Império, em virtude de viagem de seu pai, o Imperador Pedro II, sancionou a Lei do Ventre Livre. Na terceira, assinou a Lei Áurea, aprovada no Parlamento para decretar a inevitável abolição da escravatura.
Nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 29 de julho de 1846, e morreu em 14 de novembro de 1921, na Normandia (França).
09-Raposo Tavares
Bandeirante polêmico, combateu os holandeses no Nordeste e conquistou territórios espanhóis no Sul. Num feito épico, a sua Bandeira de Limites, em 1647, percorreu 10 mil km de São Paulo ao Pará e definiu as linhas de fronteira do Brasil.
Nasceu em Beja de S. Miguel (Portugal), em 1598, e morreu em 1658, na cidade de São Paulo (SP).
10-Ajuricaba
Príncipe dos manaus, tribo do Amazonas, tornou-se símbolo da insubmissão dos índios à opressão colonial. Nunca aceitou a ocupação portuguesa e liderou ataques guerrilheiros aos traficantes de escravos. Capturado, atirou-se no rio e cobriu-se de lendas.
Viveu no Século XVIII. Nasceu no estado do Amazonas e morreu no Pará.
11-D. Pedro I
Era o mais brasileiro dos integrantes da Família Real que se mudou para o Brasil em 1808. Conduzido por José Bonifácio de Andrada e Silva, o jovem e impetuoso príncipe português fundou o Império do Brasil com a célebre frase "Independência ou Morte".
Nasceu em 12 de outubro de 1798, na cidade de Queluz (Portugal), e morreu em 24 de setembro de 1834, na mesma cidade.
12-Pe. Manoel de Nóbrega
Homem de Estado sob o hábito de catequista, mudou o rumo da colonização no litoral e em 1554 fundou São Paulo no sertão. "Não há acontecimento importante na História do Brasil daquela época a que não esteja ligado o seu nome", disse o escritor Stefan Zweig.
Nasceu na província de Entre-Douro-e-Minho (Portugal), em 18 de outubro de 1517, e morreu em 18 de outubro de 1570, no Rio de Janeiro (RJ).
13-Zumbi dos Palmares
Zumbi é símbolo da penosa e brava luta dos negros contra a escravidão. Como uma espécie de rei do Quilombo de Palmares, incentivou a fuga dos escravos e enfrentou várias expedições de extermínio até retirar-se para a guerrilha. Traído, foi morto numa emboscada.
Zumbi nasceu em uma das aldeias do então Quilombo de Palmares, entre Pernambuco e Alagoas, provavelmente em 1655, e foi morto na atual Serra dos Dois Irmãos, em Viçosa (AL), em 20 de novembro de 1695.
14-Tibiriça
Na cripta da Catedral da Sé de São Paulo, ao lado de personalidades como o regente Feijó e o inventor Bartolomeu de Gusmão, jaz Tibiriçá. Sogro de João Ramalho, amigo de Martim Afonso de Sousa, o tuxaua guaianá ajudou os jesuítas a fundar São Paulo. Está na raiz de 16 gerações de mamelucos, entre eles muitos quatrocentões paulistas que vieram a constituir um povo novo nos trópicos.
Nasceu em São Paulo (SP), em data desconhecida, e morreu na mesma cidade, em 1562.
15-Juscelino Kubitschek
Com as bandeiras da concórdia e do desenvolvimento, JK implantou programas de infra-estrutura e expandiu a indústria com o lema "50 anos em 5". Em sua obra resplandece Brasília. Erguida na solidão do Planalto, a nova capital mudou a geografia do Brasil.
Nasceu em Diamantina (MG), no dia 12 de setembro de 1902, e morreu no dia 22 de agosto de 1976, em Resende (RJ).
16-Anita Garibaldi
Casada com o libertador italiano Giuseppe Garibaldi, que se engajara na Revolta dos Farrapos em 1836, participou com o marido de combates aqui e na Europa. É reconhecida no Brasil e na Itália como paladina da liberdade nos dois continentes.
Nasceu em Laguna (SC), em 1821, e morreu na cidade de Ravena (Itália), em 4 de agosto de 1849.
17-Getúlio Vargas
Líder civil da Revolução de 1930, comandou a modernização do Estado brasileiro com políticas nacional-desenvolvimentistas. No seu legado sobressaem as bases da industrialização, a legislação trabalhista e a participação do Brasil na II Guerra.
Nasceu em São Borja (RS), em 19 de abril de 1882, e morreu em 24 de agosto de 1954, no Rio de Janeiro (RJ).
18-Almirante Tamandaré
Aos 15 anos, Joaquim Marques Lisboa embarcou como praticante de piloto em um navio de guerra, para seguir uma carreira de glórias militares. Conhecido como Almirante Tamandaré, entre seus feitos está a espetacular vitória brasileira na até então maior batalha naval das Américas, a de Riachuelo (1865), na Guerra do Paraguai.
Nasceu em Rio Grande (RS), no dia 3 de dezembro de 1807, e morreu no Rio de Janeiro (RJ), em 20 de março de 1897.
19-Duque de Caxias
Maior chefe militar da História do Brasil, Luís Alves de Lima e Silva foi o único brasileiro a receber o título de duque. Conduziu as tropas da Tríplice Aliança à vitória na Guerra do Paraguai, mas ficou conhecido como o Pacificador, por sempre propor a paz antes do combate.
Nasceu em 25 agosto de 1803, na Vila de Porto da Estrela, Capitania do Rio de Janeiro, atual município de Duque de Caxias (RJ). Morreu em 7 de maio de 1880, em Valença (RJ).
20-Pedro Álvares Cabral
Ao zarpar do Rio Tejo, em 8 de março de 1500, com a maior armada até então organizada em Lisboa, o almirante tinha a missão oficial e pública de ir à Índia. Mas seu grande feito foi tomar posse da que seria a maior obra do Ciclo dos Descobrimentos portugueses.
Nasceu na cidade de Belmonte (Portugal), em 1467 (ou 68), e morreu em Santarém (Portugal), em 1520 (ou 26).
21-Henrique Dias
Negro liberto, chefiou um batalhão de homens livres e escravos na guerra contra os holandeses no Nordeste, inclusive nas decisivas Batalhas de Guararapes. Foi ferido sete vezes. Condecorado pela Coroa portuguesa, pediu a liberdade para seus soldados.
A data de seu nascimento é desconhecida. Morreu em junho de 1682, em Recife (PE).
22-Deodoro da Fonseca
Chefe militar de grande prestígio na tropa, desferiu um golpe na escravidão quando decidiu que o Exército não mais perseguiria negros fugitivos. Proclamador e primeiro presidente da República, preferiu renunciar a lançar o país numa guerra civil.
Nasceu na cidade de Alagoas (atual cidade de Marechal Deodoro), em Alagoas, no dia 5 de agosto de 1827, e morreu em 23 de agosto de 1892, no Rio de Janeiro (RJ).
23-Maria Quitéria
Na luta pela Consolidação da Independência na Bahia, uma surpresa: o soldado Medeiros, bravo e audaz, era na verdade Maria Quitéria de Jesus. Pelo exemplo de altivez e independência, tornou-se símbolo do movimento de emancipação feminina.
Nasceu em Feira de Santana (BA), no ano de 1792, e morreu em 21 de agosto de 1853.
24-Luís Carlos Prestes
Chefiou a grande marcha da Coluna Prestes durante 29 meses e 25 mil quilômetros pelo interior do Brasil. Foi secretário-geral do Partido Comunista. Comandou o movimento modernizador e preparatório da Revolução de Trinta.
Nasceu em Porto Alegre (RS), no dia 3 de janeiro de 1898, e morreu no Rio de Janeiro (RJ), em 7 de março de 1990.
25-Barão do Rio Branco
Professor, político, jornalista, diplomata e historiador, José Maria da Silva Paranhos Júnior foi unanimidade nacional como chanceler de quatro governos, de 1902 a 1912. Consolidou as fronteiras e formulou uma política diplomática à altura da grandeza do Brasil.
Nasceu em 20 de abril de 1845, e morreu em 10 de fevereiro de 1912, no Rio de Janeiro (RJ).

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