Por Rodrigo
Cruz, jornalista.
O romance 1984 do escritor inglês George Orwell, publicado pela primeira
vez em 1949 e adaptado para o cinema na década de 1980, retrata um futuro nada
improvável, no qual a humanidade vive sob um regime totalitário sustentado por
um enorme aparato midiático. Os indivíduos circulam por uma cidade impregnada
de rádios, cartazes e "teletelas" (espécie de televisão que permite a
população assistir determinadas programações e ao governo observar 24 horas por
dia cada passo dos cidadãos por meio do personagem chamado "Big
Brother") que garantem um constante fluxo de informação alienante
controlada pelo Estado. O livro é considerado pioneiro até hoje por antecipar o
que seria (ou o que pode vir a ser) a chamada "sociedade das
imagens": excesso de informação, vigilância e controle absoluto sobre a
vida das pessoas.
Orwell é tão visionário que mesmo a grande
mídia se apropriou de sua obra para batizar um de seus produtos mais rentáveis
da última década, o reality show Big Brother (ou "Grande Irmão", em
referência ao personagem de 1984 cujo rosto aparecia nas teletelas para relembrar
os cidadãos da vigilância do Estado). Só que diferente da obra de Orwell, na
atração televisiva criada pela rede de TV holandesa Endemol e exibida no Brasil
pela Rede Globo, o espectador também é convidado a ser o "grande
irmão" que tudo vê. Cabe à audiência observar 24 horas por dia o cotidiano
dos participantes anônimos, decidir quem deixa o programa a cada semana e
finalmente votar naquele que merece o prêmio final. Verdade? Ficção? Ou apenas
uma ironia produzida pela sociedade das imagens?
O
escritor francês Guy Debord, em seu livro "A sociedade do espetáculo",
resumiu esse fenômeno típico dos nossos tempos em uma única sentença. Para ele,
"o espetáculo é o capital em tal grau de acumulação que se toma
imagem". O jornalista e professor da PUC-SP Silvio Mieli, autor de
diversos livros sobre o tema, não apenas concorda com Debord como amplia essa
reflexão. "Pensemos na indústria do audiovisual. No cinema, na televisão, nos
games e subprodutos. Será que existe algum domínio onde o capital se acumulou
de tal modo, como na esfera do entretenimento audiovisual? E se acumulou tão
profundamente que passou a viver da espetacularização dos aspectos mais degradantes
e despotencializadores da realidade? É uma indústria cujo capital transformou-se
na pura imagem espetacular", afirma.
Mieli cita a constante exposição da vida
pessoal das celebridades como fenômeno exemplar da "sociedade das
imagens". Seja na perseguição intransigente dos paparazzi aos astros de
Hollywood, no polêmico vazamento de fotos íntimas de atores e atrizes na internet
ou nas inocentes entrevistas concedidas aos programas de fofoca, a cobertura dos
meios de comunicação de massa impõe a midiatização de todas as esferas da vida
humana - e não só a das celebridades. "O perigo é quando os valores de um
sociedade inteira passam pelo mesmo crivo e todos precisam "dar a cara a
bater" num facebook da vida", questiona Silvio. De fato, hoje, com a
popularização de dispositivos digitais como celulares, smartphones, Iphones,
Ipads, todos podem ser, em certa medida, observadores e observados, mesmo que isso
signifique a superexposição da própria imagem.
E a realidade?
Para o teórico estadunidense Fredrich
Jameson, a "sociedade das imagens" é um fenômeno inerente ao que ele
chama "capitalismo da mídia". Ele acredita que na atual etapa de
acumulação do capital, objetos de todos os tipos (estrelas de cinema, automóveis,
padrões de comportamento e sentimentos) foram transformados em mercadorias que
têm como único objetivo suscitar o consumo das massas. Para Jameson, assim como
a industrialização e a urbanização mudaram o ritmo, os costumes e a própria
subjetividade das pessoas no século 19, as linguagens midiáticas alteraram de
forma definitiva o modo de
vida do homem contemporâneo.
O próprio reconhecimento de um público, multidão ou audiência de massa
estimulou uma resposta mais concreta do indivíduo à sociedade, assim como o
impulso para definir, fixar e representar –instantes isolados da vida diante
das inúmeras distrações do mundo moderno. Hoje, no entanto, o excesso de imagens
publicitárias, fotografias e vídeos que perpassam o cotidiano dos habitantes das
grandes cidades promoveram uma fusão entre o imaginário da população e o
universo sedutor das mercadorias. A cultura se transformou no próprio motor do
capitalismo.
Em sua obra, Jameson atenta para o fato de
que esse fluxo ininterrupto de representações pode inclusive produzir uma "falsa
realidade" que substitui a "vida real". O professor Silvio
Mieli, no entanto, discorda dessa ideia. Ele acredita que, embora possam criar
novas realidades, as imagens também enriquecem a experiência humana.
"Dentro desse processo construtivista de articulação da nossa
subjetividade, a pintura, fotografia e o cinema não só ajudaram a dar
significado e sentido às várias realidades que nos cercam, como criaram outras,
que não existiam antes do surgimento da tecnologia digital", explica. Para
ele, as imagens produzidas pelo espaço midiático são absolutamente reais, com a
diferença de que se tratam de "realidades pobres, despotencializadas,
aviltadas, capitalizadas até a raiz", completa.
País
Sequestrado
Nessa sociedade em que o testemunho da
realidade e a ficção pertencem ao mesmo regime de sentido
(a imagem), é natural que
as fronteiras entre o real e o fictício sejam borradas. No caso do Brasil, onde
o meio de comunicação mais abrangente é a televisão, essa tendência pode ser
ainda maior. De acordo com a pesquisa "Hábitos de Informação e Formação de
Opinião da População Brasileira", encomendada pelo Governo Federal em 2010
e realizada em todo o país, a TV e o rádio são os meios de comunicação mais utilizados
pela população. Cerca de 96,6% dos entrevistados veem televisão e 80,3 % ouvem
radio diariamente. Na televisão, os programas mais vistos são os telejornais e
as novelas. E a emissora mais assistida é a Rede Globo, que detém 69,8% da
preferência dos entrevistados.
Fundada em 1965, a Rede Globo possui ampla
cobertura nacional. Suas transmissões foram expandidas para 98% dos municípios
do país na década de 1990, atingindo 17,9 milhões de residências em comparação
com praticamente zero em meados da década de 1960. Tamanha abrangência qualquer
programa exibido pela emissora carioca extremamente influente, especialmente as
telenovelas que detêm a preferência do público.
Para Silvio Mieli, o domínio do chamado
"padrão Globo de qualidade" no imaginário dos brasileiros possui um lado
perverso. "Temos uma imensa dificuldade de olhar para as nossas realidades
sem o filtro do recorte global: o mesmo enquadramento, as mesmas cores, a mesma
edição, o mesmo sotaque, acompanhado da trilha sonora da novela. Tudo isso automatizou
a nossa percepção".
Para ele, o "sequestro cultural"
promovido pela emissora do "plin plin" é problemático por dois motivos.
Primeiro porque a qualidade das produções se define pelo "casamento"
de uma sexualização precoce com a comercialização de todas as esferas da vida. O
segundo é que essas produções de qualidade duvidosa se tomaram hegemônicas e
abafaram qualquer outra possibilidade cultural do país. "É uma condição
muito autoritária que influi em todas as dimensões da nossa vida: no comportamento,
na interpretação que temos da nossa própria cultura, e até nos patrocínios de outras
produções culturais. Enquanto não nos livrarmos dessa lógica vai ser difícil
inventarmos uma nova estética", completa.
Sedução na infância
Um dos problemas mais graves da sociedade centrada
nas imagens é o contato permanente da população com as imagens publicitárias,
que hoje encontram-se espalhadas por toda a parte. No metrô, no banheiro do shopping
ou nos elevadores, somos estimulados diariamente ao consumo desenfreado. Se
para os adultos essa exposição exagerada pode ser perigosa, para as crianças ela
pode trazer danos irreversíveis. Estudos indicam que as crianças com menos de
quatro anos podem ser incapazes de distinguir os anúncios publicitários dos outros
programas, enquanto que as crianças até aos 8 anos não estão aptas a determinar
a validade da mensagem transmitida. Levantamento feito pelo Instituto Alana e
pelo Observatório de Midia indicam que o público infantil foi o principal alvo
da publicidade nos 15 dias que antecederam o Dia das Crianças, em outubro de
2011. A pesquisa analisou a programação de 15 canais de TV aberta e paga,
durante 15 horas por dia. Em todo o período, as crianças foram alvo de 64% dos
comerciais veiculados.
Em países do norte europeu como a Suécia,
a proibição de propagandas dirigidas a crianças e adolescentes já é uma
realidade. Já na Inglaterra, a publicidade direcionada às crianças não pode
mais incluir produtos de valor muito elevado, para evitar que os filhos venham
a exigir dos pais produtos que estejam acima das condições financeiras da
família. No Brasil, desde 2001 tramita na Câmara dos Deputados um projeto de
lei (PL nº 5921/2011) que tenta proibir a publicidade e propaganda para a venda
de produtos infantis. A total falta de apoio ao projeto fez com que muitos
setores do movimento pela democratização da comunicação passassem a pautar a regulamentação
em vez da proibição da publicidade
infantil. Para o professor
Silvio Mieli, é urgente que os governos regulamentem essa questão. "Preservar
a ecologia mental das crianças é uma tarefa complicada, porque o discurso
publicitário não se limita mais aos espaços publicitários. Ele permeou toda a
produção audiovisual. Vender sem trégua é o primeiro mandamento da produção contemporânea
de imagens", afirma.
Cidade Sitiada
A grande quantidade de cartazes publicitários,
anúncios, placas, pichações, outdoors e televisores espalhados pelas grandes
cidades brasileiras também gera desconforto psíquico para a população, provoca
acidentes no trânsito devido ao desvio de atenção dos motoristas e pedestres e
escondem parte da arquitetura original das cidades. Esse processo desvaloriza o
ambiente urbano e reduz as cidades a simples espaços de promoção do fetiche mercadológico.
E os efeitos dessa sobrecarga de informações desnecessárias pode afetar de
forma grave a saúde mental da população.
Uma pesquisa realizada em 2003 pelo
Instituto Paulista de Stress, Psicosomática e Psiconeuroimunologia sugere que
os estímulos visuais podem causar impactos nas pessoas sem que elas percebam. Para
chegar a essa conclusão, os pesquisadores convidaram 30 pessoas para assistir
um filme de 52 minutos. O vídeo começa com imagens de parques e ruas tranquilas
e depois mostra locais com alta concentração de publicidade, informação e
sujeira. Aparentemente, os voluntários ficaram indiferentes ao conteúdo, mas os
níveis de cortisol (substância liberada pelo organismo nos primeiros sinais de
estresse) e a frequência cardíaca de todos eles aumentou de forma considerável.
O projeto, "Lei Cidade Limpa",
no entanto, é criticado por especialistas como Silvio Mieli. "Impedir que
o tecido urbano seja invadido pela publicidade é fundamental. Só que no caso
específico de São Paulo a gestão que conduziu a campanha tinha um modelo
higienista. Uma ideia abstrata de cidade que, por exemplo, não aceita moradores
em situação de rua perambulando e "poluindo" o cenário urbano, só
para citar um exemplo. Então é preciso considerar que foi um bom projeto no
âmbito de um conjunto de ações desarticuladas, que não contaram com a participação
social e que tem como horizonte um modelo absolutamente despolitizado sobre a questão
urbana", opina o professor.
"Dar-se
a ver"
Diante da indiscutível
predominância das imagens na sociedade contemporânea, é natural que o
campo da arte também reflita
sobre os caminhos e descaminhos desse paradigma estético. O cinema, talvez a
mais moderna entre todas as artes, já apontava para uma possível "falência
das palavras" na década de 1950, quando o cineasta italiano Michelangelo Antonioni
lançou a famosa trilogia da incomunicabilidade (composta pelos filmes A
Aventura, A Noite e O Eclipse). As narrativas, permeadas de silêncio,
retratavam o declínio dos valores culturais europeus pautados na oralidade e na
escrita diante da emergência assustadora da publicidade e das novas tecnologias
da comunicação e dos transportes. Uma década depois, Antonioni retomou ao tema
com o clássico Blow-Up. A discussão permanece tão atual que cineastas como
Sofia Coppola (Encontros e Desencontros) e Win Wenders (Pina) continuam a questionar
constantemente o caráter visual da vida contemporânea.
Para o professor Silvio Mieli, o século 19
pode ser considerado o século do "Dar-se a ver", ou seja, um tempo no
qual a visão prevalece sobre os demais sentidos. Entretanto, ele faz uma
observação importante quando o assunto é a "falência total" das
linguagens oral e escrita. "Ao mesmo tempo, a tecnologia multimídia contemporânea
permite um resgate, uma retomada da linguagem verbal oral e escrita. E, mais do
que isso, na prática, a miniaturização e a mobilidade, aliadas ao barateamento dos
equipamentos (celulares, câmeras de vídeo), estão facilitando os vários trânsitos
entre as linguagens. Diziam que os computadores acabariam com os livros, mas
nas livrarias as seções mais entulhadas são as de informática", explica o
professor. Ele lembra que o desenhista Millôr Fernandes, falecido há pouco
tempo, costumava ironizar a frase que diz que "uma imagem vale mais do que
mil palavras". "Diz isso sem palavras!", brincava Millôr, que
parecia acreditar mais na convergência de linguagens do que na derrota completa
de qualquer uma delas.
Saiba
Mais: Filmes
Blow-Up -
Depois Daquele Beijo - 1966
Thomas (David Hemmings) é um fotógrafo
de moda que não suporta mais o mundo em que vive, no qual jovens mulheres o
perseguem para serem fotografadas na esperança de se tornarem grandes modelos.
Um dia, ao passar por um parque de Londres, ele vê um casal à distância e
resolve fotografá-los. Ao vê-lo Jane (Vanessa Redgrave) corre ao seu encontro,
pedindo que lhe entregue os negativos das fotos. Ele se recusa e vai embora,
mas ela descobre o endereço de seu estúdio e vai visitá-lo. Lá Jane tenta
seduzi-lo e Thomas a engana, entregando outro rolo fotográfico. Ao revelar as
fotos, Thomas percebe que pode ter documentado, sem querer, um assassinato.
Direção: Michelangelo
Antonioni
Ano: 1966
Duração: 106 minutos
Encontros e Desencontros (Lost in Translation)
Bob Harris (Bill Murray) e Charlotte
(Scarlett Johansson) são dois americanos em Tóquio. Bob é um decadente astro de
cinema que está na cidade para filmar um comercial de uísque. E a bela
Charlotte acompanha seu marido John (Giovanni Ribisi), um fotógrafo viciado em
trabalho. Ambos estão no mesmo hotel, mas não se conhecem. Dividem apenas o
tédio das horas que custam a passar. Bob passa quase todo o seu tempo livre no
bar do hotel. Enquanto Charlotte fica horas olhando pela janela de seu apartamento.
Até que um dia eles se conhecem e um novo mundo se descortina para ambos. De
repente, Tóquio parece mais colorida, mais agitada e atraente. E aquelas duas
vidas, antes tomadas pelo aborrecimento, ganham novas perspectivas. Nasce entre
Bob e Charlotte uma amizade mágica, uma cumplicidade raramente vista, uma nova
forma de ver a cidade e a vida.
Direção: Sofia Coppola
Ano: 2003
Ano: 2003
Duração: 103 minutos
Pina
Pina é um filme de Wim Wenders, com o
Tanztheater Wuppertal, sobre a obra da extraordinária coreógrafa alemã Philippine
Bausch, mais conhecida como Pina Bausch (Solingen, 27 de julho de 1940 —
Wuppertal, 30 de Junho de 2009). É uma viagem sensual e deslumbrante através
das coreografias dançadas no palco e em locais da cidade de Wuppertal – cidade
que durante 35 anos foi a casa e o centro de criatividade de Pina Bausch. Wim
Wenders encontra a corógrafa Pina Bausch. Neste musical, o cineasta alemão
conduz o espectador por uma viagem sensorial no espetáculo de encantamento que
é a dança. Acompanhamos as conduções de Pina e o movimento do corpo de dança. Tendo
filmado apenas quatro trabalho para o longa - Le Sacre du Printemps, de 1975,
Kontakthof, de 1978, Café Muller, de 1978, e Vollmond, de 2006 -, Wenders resolveu
seguir com o projeto após a morte de Pina, intercalando as cenas dos
espetáculos com entrevistas e depoimentos dos bailarinos da companhia.
Direção: Wim Wenders
Áudio: Inglês/legendado
Duração: 100 minutos
1984 - A atualidade do “Grande Irmão” de
George Orwell
Em um fictício ano de
1984, no qual o totalitarismo viria a dominar o Mundo inteiro. O Planeta é
dividido em três grandes blocos, a Eurásia, a Lestásia e a Oceania, e cada um
desses blocos tem basicamente a mesma doutrina ideológica. O Governo controla
tudo e o povo vive em um constante estado de alienação, onde são manipulados a
acreditar – e pior – a seguir voluntariamente os descabidos preceitos do
Partido.
A supressão da liberdade é
tão grande que existe a Polícia do Pensamento, a qual punia quem cometia
“crimes-ideia” (ideologias diferentes da do Partido), além de filmagens que o
Estado fazia das pessoas através de “tele telas” dentro de suas próprias casas.
Se não bastasse, o Governo criava a Novilíngua, uma espécie de língua que
mantinha apenas uma palavra para expressar um conceito e as outras eram
excluídas, juntamente com aquelas que poderiam expressar uma ideia contrária à
do sistema dominante. Com isso em um futuro próximo, quase ninguém disporia de
recursos linguísticos para formular uma oposição à tal situação. Essa é uma
visão pessimista que praticamente não possibilita esperanças.
O protagonista Winston
Smith. Ele vive na Oceania, Londres e é funcionário do governo que trabalha
para o Ministério da Verdade. Nesse “órgão” as informações antigas são refeitas
para criarem uma constante noção de perfeição do Estado e do seu suposto chefe
maior: o Big Brother (Grande irmão). Smith, intimamente, não concorda com as
atrocidades que o Partido comete, e tenta timidamente se desvencilhar desse
poder. Depois de viver um romance com Júlia, uma mulher que pensa como ele,
Winston é preso e levado para a tortura (física e mental) na temida sala 101,
onde a dor e o medo fazem qualquer homem negar seus ideais e aceitar
coniventemente o Grande Irmão.
Direção: Michael Radford
Ano: 1984
Áudio: Inglês/Legendado
A Sociedade
do Espetáculo (La Société du Spectacle)
É um documentário que ressalta o
aspecto de espetacularização dos feitos, em qualquer sociedade, seja ela
neoliberal ou socialista. O documentário foi rodado em cima de um livro de
mesmo nome e também de Guy Debord. “O espetáculo se apresenta, simultaneamente,
como representação da própria sociedade. Enquanto parte da sociedade, ela é o
foco de toda a visão e de toda consciência. Mas por ser algo separado, ela é,
na verdade, o domínio da ilusão e da falsa consciência: a unificação que
realiza não é outra coisa senão a linguagem oficial da separação”
Direção: Guy Debord
Ano: 1973
Duração: 87 minutos
Saiba Mais: Link
É isso o que vai acontecer no futuro, aliás já está acontecendo. Onde já se viu as pessoas serem estimuladas a observar a vida de outras 24 horas por dia? Reality shows são uma alienação. As pessoas não percebem que estão sendo condicionadas à ideia de ter a vida DELAS sendo observada daquele jeito. Isso vai se instalar e ninguém vai perceber.
ResponderExcluirEssa não é a primeira obra crítica relacionada com esse assunto. Conheço uma trilogia (Jogos Vorazes - Suzanne Collins)que disfarça a crítica, mas quem percebe, reconhece que já estamos a perigo. [Julie Cristie - 1º ano A - Colégio Fênix]