O ano era 1981 e o Brasil
estava sob o governo do General João Batista Figueiredo, o último presidente da
ditadura que começara com o golpe civil-militar que derrubou João Gullar, em 1964. O clima era de
abertura
política e a ditadura civil-militar logo entregaria o poder para os civis. Mas
grupos de extrema direita, ligados aos serviços de repressão das forças
armadas, estavam insatisfeitos com a redemocratização. Por isso, planejaram um
atentado a bomba contra o pavilhão do Riocentro, a ser realizado durante um
show de MPB, organizado por artistas e opositores do regime, nas comemorações
do Primeiro de Maio. Mas uma das
bombas explodiu antes da hora, dentro de um carro que levava dois militares
ligados ao Doi-Codi, um dos serviços de inteligência e repressão política,
subordinados ao exército.
Se o atentado tivesse
acontecido como o previsto, seria atribuído aos grupos radicais de esquerda,
que nas décadas de 60 e 70 haviam lutado contra a ditadura e o processo de
redemocratização estaria comprometido. O caso ganhou repercussão nacional, a
opinião pública ficou indignada e a ditadura cada vez mais sem sustentação.
Participam deste programa
os jornalistas Chico Otávio e Fritz Utezi, o historiador Daniel Aarão Reis
Filho.
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